quarta-feira, 27 de abril de 2011

Carência


Eu me abrigo

sob os meus pensamentos

Eu me obrigo a viver

tais momentos

Eu me aqueço nas

sobras do não

e encosto meu rosto

no colo da solidão

E... morro de fome

com a mão estendida

Tocando a anemia

do teu coração




quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sinfonia



Não esqueço! 
É cena parada em minha mente... e 
continuamos, repetindo tudo:
tua boca em minha boca 
minhas mãos em teus cabelos emaranhadas
e os nossos corações pulsando juntos. 
É o êxtase! Eis o final! 
A sinfonia estertora 
ao ranger de dentes e lábios que silvam 
na contorção vertiginosa 
do corpo infiltrando-se pela alma! 
É o gozo que aniquila! 
A música do amor que termina 
ou faz pausa
para repetição! 


Tens...


Tens de...
Fazer-me sentir mulher.
Acelerar o meu coração.
Fazer-me sonhar, dar-me pesadelos.


Tens de me tornar clandestina.
Provocar-me ao ouvido, viver fantasias.
Manter-me secreta, esconderes-te comigo.

Tens de me saber especial.
Acreditar-me bastante, imaginar-me única.
Querer-me somente, exigir-me só tua.

Tens de me partir e conseguir colar cada bocadinho.
Tens de me deixar e voltar sempre para mim.
Tens de me matar e reanimar eternamente.

E tens de amar-me como eu nunca soube,
Querer-me como eu nunca quis,
Viver-me como eu nunca fiz.

Fácil...
-não achas?